...

onde os fins dão medo
onde aportam segredos
e os confins do mundo
são apenas os começos

Francinne Amarante

Tudo Errado..

do fim pro medo
começos, erros, marras
voa esperto, vaidoso, cético
vira-lata!
e basta.
gosta de respeito
dorme só com trava
reconhece suas valas
incrédulo...
na sela mela
nem aperta o passo
no final
vive de merda
sempre sentiNela
de sua própria cela
sala, telefone sem
um fio de voz humana
nada disse nada
mas modera, nega
livre bem pra ecoar
me livra meu bem!
depois disso..
nem sede
nem bate-boca
nem gente-boa
nem mafuá
nenhuma estória
nada sobra
pra contar.

Francinne Amarante

Eu digo

Se você demora
Meu mundo é mudo

Sem prosa
Sem versos
Sem poesia

Se você logo volta
Meu tudo... Meu.

Sou rio, riso, luz e graça
Sou inspirada pelo nada
Sou amor, furor e calma

Sinto a vida
Necessário poema cantado

Sou quase tudo
Sou as fases todas
Sou palavras soltas, ditas

Benditas!
E basta


Francinne Amarante

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Veja meu Slide Show!

Dentro

Navega suas águas
Em minhas veias
Faço-me correnteza
Verve em fervura
A lava. O mel. O gozo
Desliza a palavra
À beira da loucura

Francinne Amarante

Alvo

A seta aponta o caminho

A mente já tonta silencia

Agora é selva e instinto

Sou presa, predadora e fera

O coito me eleva ao furor uterino

Sem regras, sem pressa, sem juízo.



Francinne Amarante

pra juli...

juliAlma
juliAura
juliArde!
derrete a palavra
avesso do avesso
juli miscível
juliAguçar palavras
juli mia
juli quer tudo e mais nada


Francinne Amarante

(pra vc juli.. sempre tão gentil comigo e generosa com o meu trabalho. obrigada!)

Dança

Tolices! Feitiços! Disse uma boca qualquer aos ouvidos do amigo.
O errante coração nem ouve esses dizeres malditos.

A mente, tão brilhante, curva-se aos cinco, seis, sete sentidos. Tudo agora é instinto. Imprevisível.

O sangue é androginia. Ferve e a pele solidária arrepia, arde em febre numa saborosa tortura. Vício que pede cura. Pulsa. Compasso. Risco e curva. Traçado.

O amor nem percebe a platéia atenta, úmida, sedenta à cena célebre e obscena. Um instante raro onde a poesia é absoluta limpidez e crueza.

Ele mira, adora a musa com o corpo e o coração em fogo de um poeta-bicho-homem-menino... Nem pensa. Não foge e nem tenta. Belas pernas! Belos movimentos! Vista nascente, boca correnteza, contornos vermelhos, visão em seta.

Ela se descobre, ora menina, ora puta, ora santa. Não sente diferença. Diz a senha. A dama cora a face, a mulher ruboriza inteira, inflama, sua frio e treme. Algo dentro, mais que feme é fero, farto, necessário. A lascívia do laço.

Sim, quero esse! E com um olhar laico, molhado, entrega o que é dela.



Francinne Amarante

Passos de uma Dança

Em Todos Os Sentidos

o corpo chama
pede, repele, inflama
a mão acena
escreve, acaricia, despe, despede
os dedos tocam
a pele, a verve, o céu
os pés dançam
pisam, andam ao lado
alados, flutuam, correm
o olho me olha
água feito nascente, te molha
reflete, pisca, avisa
fecha mas é feixe, se abre
entrega, não mente
a boca mente!
canta, encanta, encosta
come, gosta do gosto, engole
enjoa e cospe
se doutrina falsa, latrina
fala mais do que deveria, ou se cala
a mente engana
quando mansa, é calma, atrai
turbulenta, persuade, desgaste
aí é cética, burra se acha esperta
trai a gente
o coração...
ah... coração!
esse sente
sente muito a sua falta
ele pulsa, chora, quase para
também é telepata
aprende, perdoa
mas quando reconhece a alma
sabe que algo falta.. até entende!
mas se amor...
seja quando ou onde for
não esquece
e nunca consente


Francinne Amarante



(do meu livro Poemas De Uma Noite Insone)

Às Mulheres:

Às Mulheres:

Desejo que haja mais momentos de felicidade e que sejam plenos
Que as conquistas sejam constantes
Que a essência feminina seja também forte, porém macia
Agradeço e reverencio as minhas ascendentes
Admiro as que estiveram e estão a frente de seu tempo
desconstruindo preconceitos e edificando liberdade
Àquelas que geram vidas também em suas idéias e ideais nobres
Que alimentam o presente com seus sonhos, trabalhos, utopias e realidades
A todas essas grandes mulheres, meu desejo sincero:
Um mundo muito mais bonito!

Francinne Amarante
Jornalista e Poetisa

08 de março de 2008 - Dia Internacional da Mulher