sábado, 3 de março de 2007

O Canto da Serpente

Um bárbaro me baqueou
Surrupiou meu coração
Fiquei tão bandeirosa
Minha boca tratei de pintar
Tom carmim molhado
Para um andante faminto
O moço vadio haveria de gostar!
Depois do silêncio, os gemidos.
Minha bainha ele quis levantar
Feito um bicho preso no cio,
Eu tonta com vontade de gritar.
Mania louca de me doar,
Vaguear em bocas perdidas,
Beber da saliva proibida
Gotejando e querendo beijar.
Embriagante era a calda do cantante,
Capitosa melodia.
Minha bilha infame bizarria
Pedia lambiscadas de alegria
A rolha que a vedava, a mente afetava,
Ofertava meus mamilos,
Bulia minha fenda numa festa,
Beliscava sua barriga.
O convidei a engolir meus líquidos
E abria à língua que me lambia
Feito a vulva acesa de uma puta
Às pancadas do pau que me comia
Um gozo eterno eu sentia
E entregava-me à um orgasmo
Que jamais esqueceria.
Junto aos ruídos acabavam as delícias.
Agora calmaria e anestesia.
Até que cedo, disse o moço que partiria.
Seu bruxo! Da janela eu dizia
Com os olhos vazando lágrimas
Meu peito quase não batia
Nem benzedura, nem birra
Me traria o bardo camaleão
Que nessa hora bebia em outra bilha.
Segui o vento, com o tempo,
Já senhora de um cavalheiro,
Ardia ainda nas lembranças de um dia
E vagueava entre as coxas
Meus dedos, e em devaneios
O cheiro e o tremor que não esquecia.
Foi quando soube da lenda da serpente
Que em cada cidadela,
Uma moça apenas escolhia.
Com o olhar fabuloso de um belo moço
Encantava a presa
Cuja picada ardilosa não matava.
Envenenada, a bela arrepiada ao lembrar
Era fadada a nunca esquecer
O delirante sabor da magia.

Francinne Amarante

DO KRYSTHUS

Palmas para bela, palmas para ela!
Palmas para seus microfones, para seus desejos, sonhos e identidades.
Para suas epopéias, alegrias e descobertas.
Pelo seu sorriso, simpatia e charme.
Persistência, consciência, paciência!
Beijos e carinhos para você Francine, minha adorável musa virtual.
do
Krysthus

OBLAÇÃO

Meu coração
Ótico orifício
Quase agressivo
Grita em seus tímpanos
Surdos as minhas batidas
Ossos do seu ofício.

Francinne Amarante
Brasília DF

FORASTEIRO

Rasguei a letra daquela canção
Rasguei seu convite
Não quero seu hit
Rasguei meu coração Canto contigo mais não
Nem en’ cantos escondidos
Tremendo e sem juízo
Nem que eu seja só instinto
Nem que eu tenha inspiração!
Nem venha com cena...
Nem cera, dona abelha
Nem que ajoelhe entrepernas
E peça perdão
Nem que me vele a madrugada inteira
Nem que olhe a menina dos meus olhos
Nem que atice o ponto G dos meus ouvidos
Nem nem que faça hoje
Nem laico, nem laica, nem louca!
Não se atreva a entrelinhar minha mente
O único problema meu bem
Te digo:
Decorei a canção

Francinne Amarante
Brasília- DF
Do livro “Constãncia!”

ALQUIMIA

Quero Maia
Ir nas Acaycas
No intra Sol
Olho cego mundo ego

Que nem me vê
Simples e perto
O belo atravessa oceanos
Perde-se nos corredores

Digo a ele:
Estarei em todos os cantos!
A esperteza não acredita
Prefere os cantos de mentira

Segure firme em minha mão
Se sua cegueira
Atrapalha seu coração
Tem problema não!

Sou sua amiga, estou aqui.
Dou-te colo, abrigo e bronca.
Só peço que não crie cavernas
Quero nossas almas abertas

Se errado for? Ousemos!
É certo que pedaços de amor
Puro brilho de um calor amigo
Aquece e faz-se abrigo

E na sutileza dos pingos
Descobriremos nossa Acayca
Seja ela Inca ou Maia.
Essa é a lenda do tesouro perdido.


Francinne Amarante
DF/ 2007

Beijo

A boca que beijas
A minha
Boca que quer
A boca sua
Que descansa
No céu da minha

Francinne Amarante
Brasília-DF
Balaio Cultural

ASSIM SEJA

na tira-prosa
o duelo;
um é por você,
outro é por ela.
titãs ou titanics
atrás de uma dama rúbea
e seus chiliques...
da 'fulôr' o fulgor da donzela,
a tirana torno tisna
e a tez lisa teurgia,
a curvilínea tetéia
é furor sem modéstia ;
quem provou entende a festa.
ai de quem se meta a besta!
terapia de medéia,
teomancia de uma atéia ,
teofania de uma deusa...
vai entender esses malucos de pedra
que pensam com uma mínima cabeça!
na tentação da lua cheia
tietes da vida à-toa
é qualquer uma na fogueira;
lobo, os 'homi' vira sapo,
quer beijar qualquer uma que seja.
só que nessa bela, seu dador de papo
o laudo é necas!
nem legado, nem tigresa.
lasca o que ta lascado
meia volta, volta e meia,
abandono será sua sina.
lava-pés comigo? nada disso
tunda lé-lé...
continua a ronda picareta!
vai com o diabo que te rodeia
e tome um laxativo aviso:
quem entendeu bem que me queira
latejante látex esquecido?
sem essa meu bem
na lascívia de uma falsa freira
dobradura na tua caveira
que a brandura do meu grito
estoure os tímpanos daquela gueixa.
do cabelo, um belo gume faço
corto o mal e a malvadeza,
dos meus deuses insolentes
cuido eu!
o grei é meu!
a geléia é da abelha!
na roda, a saia da realeza
flutua leve e calma...
fique embaixo, meu bem,
enlevado e se proteja.
dai-me festa e toque tudo
que dou e der na sua veneta
faça a graça e minhas vontades devassas
de uma vez só que seja.
nada de doses homeopáticas,
devora-me e enlouqueça!
depois de premiado
com o fluxo em seu peito,
minha candura de menina-moça adormece,
vira um doce de doceira.
quer melado na boca?
ande reto na certeza.
não é chato, como pregas!
é feitiço, puro e impuro
a fervura que correrá em tuas veias
faísca feminina, favo da faceira.
quem ganhar essa 'dis puta'
terá na boca a maçã cheirosa.
brisa, batuque, carnaval, neném, charuto e xaxado;
vulva acesa, abalos e cachoeira.
pra provar que falo a verdade,
caia na tempestade, te darei isso e aquilo
e de brinde: meu coração na bandeja!


Francinne Amarante
Jornalista
do livro "Constância!"

Lê’iaute

Um mocinho, um safado
Natureza ideal, corrosiva
Quando entediado:
Uma coca-cola sem gás
Uma champanha amanhecida

Um lance meio esquisito
Um amor de doido
Inventado sem limites
Uma ópera rock and roll
Acha-se uma obra-prima!

Uma covardia na escrita
Uma oitava-rima
Um ladrão de brilho
Dador de carinho
Doador de atenção

Um anjo amador
Discípulo e pecador
Um belo ‘homem-menino’
Convertido a loucura por opção
Um misto de quente, um pão

Oferecido à musa que ousar ser sua
Obediente ao coração, inteiro
Um sem-tempo pra mim
Anistiado por ser um amigo querido
Único, um poeta em combustão

Francinne Amarante
do livro "Constância!"

*Francinne Amarante para Leandro Wirz no dia do seu aniversário 24/08/2006
(amigo e poeta - Brasília.DF)

LUA

A Lua branca,
Na cheia,
Dorme tarde,
Nua e desejosa.

Francinne Amarante
do livro "Constância!"

Nosso Caos

foi por acaso nosso caso
aconteceu sem querer, sem poder
olhei dentro dos seus olhos
uma armadilha entre vinhos
me vi em você
foi uma profecia ardente
te falei da
mandala e mandelas
mesmo assim pura
madalena sem panos
sem planos, tão aberta
tão assim
meia assim
inteira sim
entra tão fundo em mim
é gostoso nosso prazer
fazendo ar de to nem aí
dou bandeira
fazendo amor por um fio
do nossos celulares
me molho e te deixo teso
me faço isca
viro bicho no cio
sussurro no escuro: vem
e você, dá bobeira
se perde no mapa
voa no mundo,voa o tempo todo
e não te vejo, não te pego,não te leio
sem asas,quero voltar a ser água
parece que perco a graça
parece que me perco em você
na sua boca,na sua língua proibida
que fala alemão com uma judia
e nos etendemos tão bem
ouso, mas fantasmas me dão medo
de te querer,não te ver, não te ter
de me apaixonar por você...




Francinne Amarante
Livro “Constância!”
Brasília-DF

No Som da Viola de Wellington Assis

Show de viola caipira com o professor "Wellington Assis", mineiro natural de Campina Verde, estudou viola caipira na "Escola de Musica de Brasília". Hoje é professor em quatro unidades de ensino da BSB Musical, e também professor no "Conservatório de Musica de Brasília", alem de vários alunos particulares em Taguatinga.
Neste show muita musica instrumental e também alguns clássicos da musica caipira. Wellington fará uma demonstração de vários ritmos como: pagode de viola, cururu, toada, batidão, rasqueado, valsa, cateretê, entre outros.

Data: 09/03/2007 (Sexta-Feira)
Hora: 20h30
Valor: R$ 5.00 (Meia)
Local: SCRN 712/713, Bloco D, Loja 42 e 48 Asa Norte

Vanessa Bumagny Interpreta Dalva de Oliveira

No show, acantora estará acompanhada pelos músicos Mauro Sanches, Henrique Alves e Estevan Sinkovitz. Com participação do cantor e compositor Fred Martins (virá ser Herivelton Martins por uma noite)

Serviço:

R$ 5 à R$ 15
10 de março às 20hs – Sábado
SESC Ipiranga (teatro)
Rua BomPastor,822. Ipiranga, São Paulo -SP
Informações: 11 3340 2000

Pocket-show de Chico César em São Paulo

O cantor e compositor Chico César apresenta com um pocket-show, seu livro de poesias Cantáteis cantos elegíacos de amozade.
Cantáteis, um cordel pós-moderno que revela, tanto para o público que acompanha o trabalho de Chico César como para aqueles que se interessam por poesia, um poeta original, erudito e afinado com a sensibilidade contemporânea. Nas palavras do artista, o livro "é um canto de amor e amizade a uma mulher", uma escrita impulsionada "por esse sentimento híbrido (amozade) e que muitas vezes julgamos formado por partes que se negam: o amor e a amizade".

Serviço:

Pocket-show de Chico César
10 de março, sábado, às 18h
No Auditório da Biblioteca Alceu Amoroso Lima
Av. Henrique Shaumann, 777 - Pinheiros Tel. 3082 5023 / 3063 3064

*Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes da apresentação
JOÃO BOSCO E BANDA NO SESC PINHEIROS


O compositor e intérprete João Bosco, acompanhado de Nelson Faria (guitarra), Ney Conceição (baixo), Kiko Freitas (bateria) e Armando Marçal (percussão), faz três shows no SESC Pinheiros, dias 2, 3 e 4 de março, às 21 horas (sexta e sábado) e às 18 horas (domingo). Rua Paes Leme, 195.
Ingressos: R$ 30,00, R$ 20,00 e R$ 15,00.
Informações: (11) 3095.9400