quarta-feira, 30 de maio de 2007

Corpo Tatuado pecado revelado

Coisa de louco!
(disse minha pudica e simpática titia)
Logo, logo, tu me aparecerás
Com um prego no nariz
ou um furo no olho!
Como pode uma moça séria
Tatuar o corpo?
Está por toda vida marcada...
Ficarás velha e enrugada
com essa porcaria nas costas
Gostas da idéia, agora?
Vida estranha essa de ‘poeta’...
Não tens renda certa
Escreves o que queres
Noites acordadas a ler poesias eróticas...
Não tens pudor, moça?
Suspiras por nada!
Inventas até letras pra bobo cantar
Choras quando queres chorar. Insensatez!
Lágrimas sem motivo amarrotam tua cama...
Sobrinha querida, um conselho amigo:
Tomes tento nessa vida!
Compre um jornal, pare de escrever bobagens
‘Leia os anúncios do dia, arrume emprego!’
Acordes cedo, bata o ponto, ‘comomoça’ de família.
Faças isso e perceberás a boa mudança!
Agora, durma! Que as horas passam rápido e
o relógio não para, já marca dez horas.

(Passavam das três e... o barulho desejado...
A moça tatuada escuta e vibra junto com o celular;
Insone, falará pela madrugada ao telefone.
Parece até adivinha!
Sabia ela que o moço tatuado em
sua pele ligaria... Com uma risada ‘La Joconde’
Tens a ousadia de perguntar:
Quem será? )

Francinne Amarante

terça-feira, 29 de maio de 2007

Tudo sinto e falta!

Babilônia minha
Sábio manto sagrado
Abençoado e vestido
Cor de coração apertado
Traga minha sorte boa!
Meu rei tão amado, meu Pai
Traga meu menino, meu Filho
Eu faço o meu destino!

Francinne Amarante

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Lascivos

A carne pede
A carne se perde
A carne enfraquece

Um toque em sua pele
Basta para me tentar
A sua enrijece e molha

Um desafio à carne minha
Que insinuante e oferecida
Amolece, faz o mel e convida

A seta aponta o caminho
A mente já tonta silencia
Agora é selva e instinto

Nem lembro o que a cabeça pensa
Meu comando é rifão e ditoso
Nenhum pudor catequista me resta

Sou presa, predadora e fera
O coito me eleva ao furor uterino
Sem regras, sem pressa, sem juízo.

Francinne Amarante

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Cativo Fado

Relembrando minha vida secreta
Retoques nas cicatrizes maquiadas
Disfarçadas de sempre-vivas, quase mortas
Retomo a rota que dizem acertadas
E minha alma chora, sorrindo por fora
Para os cegos e marionetes da hora
Quanta demora! Quanta mentira em sua glória!
A culpa, o medo da entrega, do espelho saudade
Partiram agora com óculos escuros, passaporte e malas
A estafa da estrada, não permite memórias
Por segundos de aplausos sentem-se salvos
A Languidez retoma a rotina, instantes de lucidez atacam
E o alvo novamente é salvo pela amada Liberdade
Que dá o laudo! E a receita que garantirá o próximo passo.

Francinne Amarante

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Sr D

Demora não!
Desassossego meu
Desejo dengo seu
Deriva não!
Depressa volta
Dependura em mim
Derrete, desafina
Desafio você
Desafivelo seu cinto
Deprava agora!
Desajuizado desabotoa
Desliza dentro dentre
Devasso que me devora
Desemboca a boca
Desejoso devaneio
Dependura e demora
Deposita demudado
Desejado licor
Derrama agora!
Desatino lascivo vício
Denovo meu alívio!
Descolorado coração
Deploro desalmados
Desaprumo e desamarro
Desapego demente
Desamada agora, te demito
Desabo, não minto
Despojo e desprezo
Desapego e despeço
Deprimida, desligo o rádio
Desatado amor sem dependura
Denodo ao sofrimento alheio
Deletado seu e-mail!
Desculpo, mas depois
Deleto você inteiro!

Francinne Amarante

quarta-feira, 16 de maio de 2007

HOMENAGEM A FRANCINNE:

AMAR ANTE o MAR!

Amei o MAR e OMAR amei
Na 1ª vez que os VI
Tenho saudades do OMAR
SAUDADES do MAR e de TI!

BEIJOS Leiteiro

Autoria : Renato Palmas AZevedo

Licença

tags: Rio de Janeiro RJ mais francine amarante saudades mar
publicado no site OVERMUNDO (www.overmundo.com.br)

@@@@@@@@@@

UM SÓ CORAÇÃO

Amar antes
Francinne
Que o mar.
O mar é vastidão,
Amar antes
Um só coração.
O mar me afoga
E eu quero tempo
Pra que a vida me ensine
Não me afogar quando amar
Essa mulher – Francinne.

jjLeandro

http://www.overmundo.com.br/perfis/jjleandro

sábado, 5 de maio de 2007

... pois quem há de ser ainda mais pobre
que o desafortunado incompreendido
será o tolo abastado de papéis desejáveis,
isento da ousadia de compreender o infinito,
a existência humana e desumana,
com toda sua beleza e feiúra reconhecidas.
viajar na eterna busca do conhecimento,
desejar ser amado plenamente,
mesmo com o coração acabado.
pobretão é aquele que endinheirado ou não
temerá ser inteiro e olhar nas retinas do outro.
mediocridade será seu nome.

Francinne Amarante

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Onça Preta

(Francinne Amarante)

Meu nego
Nem quer me ver
Pintada de onça preta

Meu nego
Nem me quer ver
Neguinha ou pintada de branca

Sinto muito querido
Não olhe pra Lua menino
Nem finja ser estrelas

Sou uma branquinha
Que ousa ter ginga
Sou onça na pele de menina

Meu faro, minha sina.
Na minha tocaia
Sou a presa

Neguinho se vira
Se vira nessa selva meu nego
Que a noite é minha

Dia desses, Eu apareço!

Missiva

Rita Ribeiro

Composição: Zeca Baleiro

Beijo teu umbigo brigo por um beijo
digo que não brigo desligo desejo
eu cego contigo me vejo
na real me ponho sonho realejo
quero te ver / quero te ver bem
quero te ver bem
o nordeste secou mandacaru secou a fonte secou
mas eu saquei e escrevi esta missiva
pra minha nega dina pra minha doida diva
telegrafei de cara o espanto na lata
essa nega me maltrata e eu sou doidim por ela
sou doidim por ela doidim por ela doidim por ela
amor que é amor balança
e meu amor dança um tango de lepera
oh! jardineira por que estás tão triste
mas o que foi que te aconteceu
por que estás tão triste se o mundo é todo teu
eu te amo sim eu te amo não
mesmo que pareça absurdo esse refrão
quem vê máscara máscara máscara

não vê coração
babel marfim eiffel onde moras rapunzel
se a paixão morreu vem dançar bolero de ravel
sou cavalo pra teu santo esperando de hebreu
eu sou o espírito santo que baixou no Galileu
galês senegalês galante labirinto sem teseu
a mandinga o quebranto canto de orixá axé de
oxalá
oxóssi ne me laisse oxóssi ne me laisse
oxóssi ne me laisse pas
quero te ver
quero te ver bem
quero te ver bem.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

AGUARDEIRO

São Fauno
Monstro fetichista
Poeta cruel
Liberta-me!
Estou em faíscas
Obscena delicadeza
Isca ávida por doar
Monástico!
Quero flores
Sinta meu perfume
Deflora-me!
Libertino paciente
Derrama-me!
Sou correnteza
Escorro morna
Com a sede da pressa
Demore frente à fresta
Beba-me!
Depois de viciado...
Esqueça-me!

Francinne Amarante

Confessionário

Que bizarro é o ser que amo
Quando falo, não me escuta
Quando comento, pede silêncio
Quando calo, quer diálogo
Decorativo ornamento
E agora? Caralho...
Lamentável
Desaprendi a ser amado.

Francinne Amarante
Balaio Cultural
“Irritante e irritada como um vulcão
cuspo fogo,
pois sou dragão!”

Francinne Amarante

Lua

A Lua branca,
na cheia,
dorme tarde,
nua e desejosa.

Francinne Amarante
DF